quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Eu não me reconheço em ti.

É agradável, sereno
Satisfaz e não embriaga,
mas não é minha armadilha.
Não rompe a carne, não sangra o peito

Porque de paz, só quero a vida.
De ti quero o grito, o riso alto e descontrolado.
O gemido rouco e abafado.
A insônia e o fogo do reencontro.


Somos a fuga rápida, os caminhos divergentes.
O brilho nos olhos que nunca existiu.
As bocas trêmulas, que se enconstam e separam com o mesmo ardor.

E a nossa dança ainda encanta. Incomum, inesperada.
Não faz lembrar os outros bailes.
Faz chorar transeuntes ávidos
Que sentem, solitários, nossa dor fingida.
Se incomodam que seja o nosso último ato.






['Cause nothing last forever even a cold november rain.]

domingo, 10 de janeiro de 2010

O primeiro dia.

Mais uma manhã.
Mais uma não.
A mais importante.
A das grandes lutas, das contradições constantes.
A falha óbvia que lacerou, sem piedade, a casca,
e suas raízes.
Enegreceu a essência, fê-la pútrida, a fez cair.
Essa que era torpe e imposta pela falta do ser.
Pela falta de ser, e de pensar.

Abandonar todas as formas, todas as farpas.
Ruir estruturas de sua própria segurança.
Só assim se abre o peito para caminhar o mundo



[... de novo.]