quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Com a porra da tua vida você faz o que quiser.

Vai embora. Some daqui. Antes que a gente acabe com isso. Com tudo isso, comigo, contigo. Foge pra um canto qualquer desse mundo imenso. Vai pro Sri-Lanka, ou pra Malásia. Só sai daqui, agora, pra sempre. Não, pra sempre não. Pra sempre é tempo demais. Mas vai. Por favor, vai. Enfia toda essa merda em uma mochila e vai. Me manda um postal, uma foto, de longe, de muito longe. De algum lugar que a gente pensa que não existe de tão longe. Que a gente não precise dessas conversas vazias, dessas noites de tv e vinho barato. Muda a sua vida, e deixa a minha. Deixa a minha em paz. Me deixa viver com a dor, o vazio, o medo, a insegurança, o desespero. Com o whiskey, o maço de cigarros e essa porra desse livro de auto-ajuda aberto. Mas me deixa. Me deixa sem seu drama, sem esse discurso comprado sobre tudo, sem esse monte de merda que você inventa pra se sentir melhor, ou pior, sei lá. Sem o que não existe faz tempo e a gente fica aqui, levando. Me deixa com minha saia de puta, com meu cabelo tingido. Para de prometer que vem, que fica, que me ama. Entende, eu não quero amor, nem compreensão, nem nada. Eu só quero paz. Só quero ficar sozinha com essa dor que é só minha.