quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Meio-amargo.

Não é fácil esquecer.
Só quando se torna inodoro
ou insuficiente, insípido.
Porque pressupõe a falta do gosto
Do doce charmoso que enchia a boca.

Mas se o gosto é azedo
Ele não sai assim, fácil
Ele persiste um pouco, contra a vontade
E quando vai, deixa a gente de cara feia
Mas não de dor. De desgosto.

Só o amargo dói.
E não vai embora, só leva
Não deixa que a boca sinta outros sabores.
Ele fissura a pele, entranha de tal forma na alma
Que a rompe, a fere.
A gente quer esquecer, quer não pensar
Mas a língua sente falta do melado
E lembra.




[Hello, Lacuna.]

6 comentários:

Gustavo disse...

nessa foto do blog, é você mesma ?

Vitor Camargo de Melo disse...

Você tá no auge...

Gustavo disse...

Agora eu sei quem é você. Não tinha noção de como era você fisicamente, pela foto do twitter eu nunca saberia.
ótimo texto.É assim que me senti, também, em certos momentos que precisei esquecer.

Bjos

Gustavo disse...

Agora eu sei quem é você. Não tinha noção de como era você fisicamente, pela foto do twitter eu nunca saberia.
ótimo texto.É assim que me senti, também, em certos momentos que precisei esquecer.

Bjos

vanessa rocha disse...

adorei esse e muitos outros tb! não sabia que escrevia... adorei os blogs. bem, eu já desisti de ser rock star...rs. bjs

Jackie disse...

Lindas palavras...
Parabéns